segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A semente e o solo. Onde está o problema?


A semente e o solo. Onde está o problema?
A partir do capítulo 13 de Mateus Jesus começa-lhes a ensinar por parábolas aos seus ouvintes. Mas o que é parábola? São histórias do dia-a-dia que ilustram realidades espirituais. As parábolas descrevem “os mistérios do reino dos céus” (v.11). Para os judeus o reino não tinha nada de misterioso. Tratava-se de um regime político permanente e terreno que colocaria o mundo inteiro sob o governo do Messias de Israel. “Sabemos que Cristo não exerce a sua completa vontade divina como Rei sobre toda a terra, ainda que, em última análise, seja soberano; Ele governa como Rei somente sobre aqueles que creem”. O Senhor usou uma metáfora bem conhecida. A agricultura era o próprio centro da vida judaica e todos entendiam de semeadura e do cultivo de espigas. O semeador colocava uma sacola com sementes ao ombro, e, à medida que ia e vinha pelos sulcos, tomava punhados de sementes e as lançava ao chão. A semente caía no solo improdutivo ou no produtivo: exemplos solos improdutivos:
À Beira do Caminho (v.4)
A palestina era coberta de campos. E esses campos não eram rodeados por cercas ou muros. Havia trilhas estreitas em que viajantes de toda a parte utilizavam dessas trilhas. A terra dessas trilhas era batida, comprimida, não cultivada, nunca arada nem amolecida. O constante pisar dos pés transeuntes, bem como o clima seco, compactava o solo dessas trilhas de tal maneira que se tornavam duro como asfaltos. Assim as sementes lançadas não penetravam na terra. Lá ficava para os passarinhos as comerem.
A Pouca Terra (v. 5,6)
“Solo rochoso” não se refere a um solo pedregoso; qualquer agricultor que cultivasse um campo removeria dele todas as pedras que pudesse. Contudo por todo o Israel há uma camada de rochas calcárias no subsolo. Em certos lugares, essa camada chega tão próxima à superfície que restam apenas alguns centímetros até o topo. À medida que a semente cai nesses lugares rasos e começar a germinar, suas raízes logo alcançam essa camada rochosa, sem terem para onde expandir-se. As suas raízes não podem aprofundar-se em busca de umidade e elas acabam mirrando bem antes de poder frutificar.
O solo praguejado (v. 7)
Este solo tem uma boa aparência. Profundo, rico, argiloso, fértil. À época da semeadura parece que está limpo e preparado. Mas existem nesse solo pragas escondidas sob a superfície que sufoca a plantação. As pragas de uma determinada área sempre leva vantagem sobre as plantas cultivadas. Se as pragas conseguirem espaço, dominarão o solo. Elas brotaram juntamente com as plantas cultivadas, e sufocara as cultivadas. Pois suas raízes são mais fortes e, portanto, absorvem toda a umidade do solo.
O solo Bom (v. 8)
Este solo é fofo, ao contrário daquele da beira do caminho. É profundo, o que não acontece com o rochoso. E é limpo, diferentemente do solo infestado de pragas. Aqui a semente germinar para a vida e produz enorme colheita, a cem, a sessenta e a trinta por um.
Aforismo: Deus não nos manda criar a nossa própria semente ou mensagem. A sua palavra é a única boa semente. Não existe evangelismo divorciado da palavra de Deus.
A questão principal, nesta parábola, não é que haja alguma falha no semeador ou em seu método, e nem na semente. O problema é a condição do solo. Todos os solos poderiam receber a semente, se tivessem sido preparados da maneira apropriada. Mas o terreno que não é bem preparado nunca produz. O mesmo acontece com o coração do humano. Um coração que não foi preparado de forma correta nunca produzirá fruto espiritual.
O Coração Embrutecido
O solo da beira do caminho ilustra o coração estúpido, insensível, apático, distante, indiferente, negligente, e até hostil. Aqui o Senhor nos alerta para o fato de que o coração humano pode ficar tão apertado e batido pelo transitar do pecado que se torna completamente insensível ao evangelho. Este é o coração que não conhece arrependimento, nem tristeza pelo pecado, nem culpa, e nem se preocupa com as coisas de Deus. Pelo contrário, deixa-se destruir por um cortejo interminável de pensamentos sujos, de pecados prediletos, e atividades ímpias. Pode-se derramar uma chuva de sementes sobre eles, mas não adianta. As sementes não penetram no solo, não demora até que satanás venha e as arrebate completamente.
O coração superficial
O solo raso ilustra a reação de um coração impetuoso e superficial. Este tipo de coração é entusiasta, porém superficial. Existe uma reação positiva, mas que não é fé salvadora. Não há meditação, não se avalia o custo. Trata-se de um entusiasmo rápido, eufórico, emocional, instantâneo. A reação superficial é epidêmica entre os crentes do século XXI. Por quê? Eu mesmo respondo; geralmente se apresenta o evangelho com a promessa de alegria, calor, comunhão e bem-estar, sem a dura exigência de se tomar a cruz pessoal e seguir a Cristo. Os convertidos não são confrontados com as questões do pecado e arrependimento. Em vez disso, são encorajados a entrar no clube de Jesus para gozar as coisas boas que se lhes prometem. Se a sua fé não surgir de um profundo senso de que se está perdido, se não é acompanhada por uma convicção interna de pecado, se não inclui um tremendo desejo de que Senhor limpe, purifique e oriente se não envolve uma disposição para negar-se a si mesmo, para o sacrifício e para sofrer por amor a Cristo, então essa sua fé não tem raiz apropriada. Será apenas uma questão de tempo até que seu crescimento floresça, e rapidamente murcha e morra.
O coração Mundano
O solo praguejado representa o coração o ocupado com as coisas do mundo. Esta é a descrição perfeita do homem mundano, de quem vive para as coisas deste mundo. Tal pessoa é consumida pelos cuidados deste século. Seu principal objetivo é uma carreira, uma casa, um carro, um hobby ou roupas. Para ela, prestígio, aparência e riquezas são tudo na vida. Por algum tempo, se parecem exatamente com os demais crentes. Vêm à igreja, identificam-se com o povo de Deus, mostram até mesmo sinais de crescimento. Mas nunca produzem fruto espiritual. Eles não se comprometem, e estão sempre preocupados com os prazeres do mundo, dinheiro, trabalho, fama, prosperidade ou com os desejos da carne. Dizem-se crentes, mas não se preocupam nem um pouco em viver uma vida pura. A semente que germinou com tão boa aparência por fim torna-se sufocada pelos espinhos do mundanismo. Não devemos servir a dois senhores como está registrado em Mateus 6.24: “Não podeis servir a Deus e às riquezas”. E também em 1Jo 2.15: “se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele”.
Os Inimigos do semeador
As pragas, o sol e as aves representam nesta parábola os nossos inimigos. As pragas são “os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas”. (v. 22). O sol “a angústia ou a perseguição”. E as aves figuram “o maligno”, satanás, que tudo faz para roubar a semente do evangelho antes mesmo que possa germinar.
·         Eis uma lição para o semeador: você enfrentará resistência e hostilidade. Haverá convertidos superficiais, de curta duração. E pessoas de coração doble, que dejesam ter Jesus, mas que não abandonam o mundo. A dureza do caminho, a superficialidade do solo e a agressividade das pragas frustrarão os seus esforços por semear uma boa lavoura. Ainda assim te digo: coragem! O Senhor da seara pode quebrar mesmo o solo mais endurecido e livrá-lo das piores pragas. Deus pode arar o solo do coração mais teimoso. Pode ser que as aves estão prestes a arrebatá-las, o Espírito Santo vem e a enterra, de forma que a semente brota para dar fruto glorioso.
O Coração Receptivo: Olhar para os três tipos de solo ruim, que produzem resultados indesejáveis, pode ser desanimador. Mas ainda há o bom solo, que representa o coração receptivo. Este dará fruto abundante.

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