segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Criminoso e o Inocente


Criminoso e o Inocente
Nesta passagem fala justamente de um ladrão mais afortunado, ou seja, o mais feliz do mundo. Pois no momento certo recebeu o perdão de Deus. Sua conversão ocorreu numa época quando, exteriormente, parecia que Cristo havia perdido todo o poder para salvar, seja a si mesmo ou a outros. Esse ladrão havia marchado ao lado do Salvador pelas ruas de Jerusalém e o tinha visto sucumbir sob o peso da cruz. É altamente provável que, como sua ocupação fosse à de ladrão e assaltante, esse fosse o primeiro dia em que ele punha seus olhos no Senhor Jesus e, agora que o via, era sob toda a circunstância de fraqueza e desgraça. Seus inimigos estavam triunfando sobre ele. A maior parte de seus amigos o havia abandonado. A opinião pública estava unanimemente contra ele. Sua condição humilde foi uma pedra tropeço aos judeus desde o inicio de sua vida. Mesmo aqueles que tinham crido nele foram levados à dúvida por causa de sua crucificação. Não havia ninguém na multidão que estivesse ali com o dedo apontando para ele e gritando: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Todavia, esses obstáculos e dificuldades no caminho de sua fé, o ladrão reconheceu o senhorio de Cristo e sua condição de salvador. Como podemos explicar o fato de que esse ladrão agonizante tomou um homem em sofrimento, sangrando e crucificado para ser seu Deus? É para ser notado ainda que a conversão do ladrão ocorreu antes dos fenômenos sobrenaturais daquele dia. Ou seja, antes do véu do templo se rasgar, antes do tremor de terra e do despedaçar das rochas, antes da confissão do centurião: “Na verdade, este era Filho de Deus”.
Vamos aprender alguns ensinamentos diante desta leitura que fizemos.
1.    Primeira lição: depravação humana.
À beira de adentrar a eternidade, ele se une aos inimigos de Cristo no terrível pecado de escarnecer dele. (Mt 27.44) foi Cristo que calculadamente escolheu salvar esse ladrão. Por que a “salvação é do Senhor”. Esse fato demonstra a depravação humana e de inimizade natural contra Deus. E essa mesma depravação você herdar também. Você pode não pensar assim, pode não sentir assim, pode não crer assim. Mas tudo isso não altera o fato. Está escrito em Jr 17.9: “Enganoso é o coração, acima de todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”. E também em Rm 8.7: “Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar”. Temos que ser humilhados antes sermos exaltados. Temos de ser despidos dos trapos imundos de nossa justiça própria antes que estejamos prontos para os trajes de salvação. Temos de vir a Deus como mendigos, de mãos vazias, antes que possamos receber o dom da vida eterna. Temos de tomar o lugar de pecadores perdidos perante ele se quisermos ser salvos.
2.    Segunda lição: incapacidade humana de salvação
A conversão do ladrão agonizante nos mostra que estamos arruinados, e que não podemos fazer nada que seja para ajudar a nós mesmos. Todo pecador é incapaz de operar qualquer melhoria em si própria para se adequar para Deus. Como está registrado em Tt 3.5: “não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou...”. O que ele podia fazer? Não podia caminhar pelas sendas da justiça, pois havia um prego atravessando cada um seus pés. Não podia executar nenhuma boa obra, pois havia um prego atravessando cada uma das mãos. Não podia começar vida nova e viver melhor, pois estava morrendo.
3.    Terceira lição: arrependimento e fé
Aqui vemo-lo reconhecendo sua culpa e a justiça de sua condenação. Ele pronuncia sentença contra si mesmo. Ele não se desculpa e não tenta atenuar nada. Ele reconheceu que era um transgressor, e que, enquanto tal, ele merecia plenamente a punição por seus pecados. Você teve essa posição diante de Deus, ouvinte da palavra de Deus? Confessou abertamente a ele seus pecados? Está pronto para reconhecer que a morte é o que você merece? Podemos notar que sua fé era uma fé corajosa. Pois todos viraram a cara para Cristo. Mas o ladrão agonizante testemunhou da inocência de Cristo “este nenhum mal fez”, e também confessou o reinado dele. Que coragem este ladrão demonstrou para testemunhar de Cristo!
4.    Quarta lição:
Aos vitupérios que foram lançados sobre ele pela multidão, o Senhor Jesus não prestou atenção. Ao desafio insolente dos sacerdotes para que descesse da cruz, ele não deu resposta alguma. Mas à oração desse ladrão contrito e confiante atentou. Nessa hora ele estava em luta contra os poderes das trevas e suportando a terrível carga da culpa de seu povo, e deveríamos ter pensado que ele poderia se escusar a atender a petições individuais. O ladrão clamou ao salvador. Ele poderia ter dito: você merece esse destino: é um assaltante malvado e é digno de morte. Ou, poderia ter dito: você me procurou tarde demais. Ele não deu estas respostas; mas cumpriu o que ele prometeu em Jo 6.37: “todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.”
Conclusão:
A salvação do ladrão penitente e crente ilustra não somente a prontidão de Cristo, mas também seu poder para salvar pecadores. Em 2Cor 13.4 diz que: “porque, de fato, foi crucificado em fraqueza; contudo vive pelo poder de Deus...”. Quando o ladrão clamou no madeiro “Senhor, lembra-te de mim”, o salvador estava em agonia no madeiro maldito. Todavia, mesmo ali, ele teve poder para redimir essa alma da morte e lhe abrir os portais do paraíso! Nunca duvide, portanto, ou questione a suficiência infinita do salvador. Se um salvador agonizante pôde salvar, muito mais depois que ressurgiu em triunfo da sepultura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário