Uns
Zombaram, Outros Creram.
Texto
Básico: Atos 17.32-33
Introdução:
Saindo
de Filipos, Paulo e seus companheiros viajaram para Tessalônica. Onde seguiu o
padrão habitual de seu ministério, sempre que podiam encontrar uma sinagoga.
Pregavam na sinagoga, de onde haveriam de sair os primeiros convertidos. Mas
era da sinagoga também que saíam os mais impiedosos oponentes. O resultado da
pregação de Paulo nesta cidade foi à conversão de judeus, uma multidão de
gregos devotos e mulheres da alta posição. Com o êxito da pregação do Apóstolo
Paulo; levantaram-se alguns lideres judeus que sentiram forte inveja que se
uniram com alguns homens perversos dentre os desocupados e, agitaram a
população, e assim iniciaram um tumulto na cidade; onde Paulo e Silas foram
forçados a sair da cidade em rumo a Beréia. Na cidade dos Bereanos houve um
retrato do que aconteceu em Tessalônica. E seguiram avante para a cidade de
Atenas.
Enquanto Paulo caminhava pelas
praças e pelas ruas de Atenas, por todos os lados, em templos, e nas esquinas,
seus olhos fixavam-se nas obras dos grandes artistas. Todavia, o apóstolo via
aquelas representações não como objetos de beleza artística, mas como exemplo
de idolatria. Alguns historiadores antigos escreveram que era possível
encontrar em Atenas, nessa época, mais esculturas em louvor a deuses
mitológicos do que em toda a Grécia. Estima-se que havia mais de 30.000 de
imagens espalhadas pela cidade. E com isso o seu espírito revoltava em si mesmo,
ou seja, o apóstolo estava desgostoso com aquela situação; ele não esperou
Silas e Timóteo chegar para anunciar o evangelho; mas ele mesmo tomou a posição
de servo e discursou sobre a pessoa de Jesus Cristo. O método paulino de
apresentar o evangelho é o mesmo empregado em Tessalônica. Mas em Atenas ele
leva seu método evangelístico à Ágora (praça principal da cidade), onde ele discutia...
na praça com os que se apresentavam de forma muito semelhante a Sócrates, nesse
mesmo lugar, 450 A.C. ouviram falar de Jesus e a ressurreição, mas para seus
ouvidos tudo soava como se fosse pregador de deuses estranhos. Eles interpretaram
a mensagem de Paulo achando que ele se referia a duas deidades, Jesus e sua
esposa. Alguns filósofos nada viram no ensino de Paulo. E o desprezou, o
considerando como sendo um tagarela (essa expressão no original grego se refere
literalmente à atitude rápida de uma ave bicando sementes; Esta metáfora é
usada para pessoas que apenas repetia discursos de filósofos, sem refletir
sobre seus significados, ou seja, chamaram o Apóstolo Paulo de papagaio). Outros,
todavia, achavam que seu ensino merecia uma investigação mais profunda, e com
esse objetivo, levaram para o conselho do areópago (era um local de discussões,
de julgamento acerca de questões morais e religiosas; nesses concílios só havia
autoridades e grandes pensadores). Então Paulo discursou sobre o Cristo
ressuscitado.
O discurso do Apóstolo Paulo pode
ser dividido em três partes:
Tema:
AO DEUS DESCONHECIDO
1°.
Deus é Senhor do mundo; não precisa de templo nem ritual humano.(22-23)
2°.
O homem é a criação de Deus, pois precisam de Deus. (26-27)
3°.
Há relacionamento entre Deus e o homem; a idolatria é vã. (28-29)
Conclusão:
abandonarem suas ideias ignorantes de Deus e a se arrependam.
Diante
do auditório de Paulo havia algumas classes de pessoas que tinha suas próprias
conclusões acerca de Deus. E quais eram essas classes de pessoas?
·
1°. Epicureus: os
epicureus eram filósofos e seguidores de Epicuro, famoso pensador grego,
criador da tese a “ética do prazer”. Um sistema de valores que indicavam o
caminho para uma vida de paz e satisfação por meio da busca do bem e da
extirpação de certos sentimentos, considerados menores e momentâneos: paixões,
dores, invejas, iras, temores.
a.
Os seus adeptos pregavam que o “prazer”, em
todas as possibilidades, determina o sentido da vida. Tendiam a um ponto
materialístico. Para eles, os deuses não existiam, e que não influenciavam em
nada. O homem vive como senão houvesse um porvir: importa o aqui, o
agora, o imediato. Buscam prazer a todo
custo. Hedonismo é a palavra-chave para essa linha filosófica.
b. Eles
acreditavam que a morte e é meramente a separação dos átomos que nos compõe.
Não anuncia, portanto nem castigos nem recompensas para os homens. Não devemos
temer nem a morte e menos ainda, as punições infernais inventadas pela
ignorância e pela superstição.
·
2°.
Estóicos: Os estoicos eram discípulos de Zeno, outro importante
pensador grego, criador da filosofia da “vida natural”, em que a vida deve
conforma-se à lógica (razão – logos) da natureza. Ressaltavam a importância da
razão no qual os homens deveriam viver. Eram, portanto, panteísta – doutrina
segundo a qual Deus é a soma de tudo o que existe na natureza. Um estoico era
alguém que procurava por todos os meios elevar-se acima das circunstâncias da
vida, acima da paixão humana, a ser “auto-suficiente” – tornar-se ele próprio
um rei, ou melhor um deus.
Apologia
de Paulo ante os estoicos: Deus é pessoal, e foi à pessoa de Deus quem criou o
universo.
·
3°.
Religiosos: apesar de toda a sua religiosidade, os
atenienses eram, na realidade, completamente supersticiosos, e faltava-lhes o
conhecimento do Deus verdadeiro. Paulo tomou por base a inscrição de um altar:
AO DEUS DESCONHECIDO. E ele disse que o Deus criador e Senhor claramente não
habita num templo feito por mãos humanas. Em contraste com os ídolos feitos
pelos homens. Deus não precisa de homens para suprir-lhe alguma coisa; pelo
contrário, é ele que é a fonte e origem da vida. A descrição de Deus como
origem da respiração é tirada da terminologia de vida. A palavra vida para os
gregos estava relacionada ao Zeus; mas Paulo certamente falou indiretamente
“não é Zeus, mas, sim, Javé que é fonte da vida”. Antes de o Cristianismo
chegar até a humanidade, todos viviam em ignorância. Agora, porém, a proclamação
da mensagem cristã traz ao fim esta ignorância. No que diz respeito àqueles que
ouvem o evangelho; já não têm desculpa pela sua ignorância.
·
4°. Embaraçados: Lucas conta que os
próprios atenienses bem como os visitantes à cidade eram movidos por mera
curiosidade para ouvir novidades, e que nada de melhor tinham para fazer senão
a excitação intelectual. Lucas dá entender que não se preocupavam muito com a
veracidade daquilo que ouviam.
Conclusão:
·
5°.
Os que creram: quando Paulo falou sobre o arrependimento
(que implica pecado) e julgamento (que implica responsabilidade moral) e a
ressurreição e volta de Jesus (fatos que são contrarias as ideias gregas sobre
a morte e imortalidade), Paulo perdeu quase todo o seu auditório. Alguns zombaram,
outros adiaram a decisão, e só pequeno grupo reagiu positivamente ao evangelho,
dentre os quais Dionísio e Dâmaris.
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