segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Uns Zombaram, Outros Creram.


Uns Zombaram, Outros Creram.
Texto Básico: Atos 17.32-33
Introdução:
Saindo de Filipos, Paulo e seus companheiros viajaram para Tessalônica. Onde seguiu o padrão habitual de seu ministério, sempre que podiam encontrar uma sinagoga. Pregavam na sinagoga, de onde haveriam de sair os primeiros convertidos. Mas era da sinagoga também que saíam os mais impiedosos oponentes. O resultado da pregação de Paulo nesta cidade foi à conversão de judeus, uma multidão de gregos devotos e mulheres da alta posição. Com o êxito da pregação do Apóstolo Paulo; levantaram-se alguns lideres judeus que sentiram forte inveja que se uniram com alguns homens perversos dentre os desocupados e, agitaram a população, e assim iniciaram um tumulto na cidade; onde Paulo e Silas foram forçados a sair da cidade em rumo a Beréia. Na cidade dos Bereanos houve um retrato do que aconteceu em Tessalônica. E seguiram avante para a cidade de Atenas.
            Enquanto Paulo caminhava pelas praças e pelas ruas de Atenas, por todos os lados, em templos, e nas esquinas, seus olhos fixavam-se nas obras dos grandes artistas. Todavia, o apóstolo via aquelas representações não como objetos de beleza artística, mas como exemplo de idolatria. Alguns historiadores antigos escreveram que era possível encontrar em Atenas, nessa época, mais esculturas em louvor a deuses mitológicos do que em toda a Grécia. Estima-se que havia mais de 30.000 de imagens espalhadas pela cidade. E com isso o seu espírito revoltava em si mesmo, ou seja, o apóstolo estava desgostoso com aquela situação; ele não esperou Silas e Timóteo chegar para anunciar o evangelho; mas ele mesmo tomou a posição de servo e discursou sobre a pessoa de Jesus Cristo. O método paulino de apresentar o evangelho é o mesmo empregado em Tessalônica. Mas em Atenas ele leva seu método evangelístico à Ágora (praça principal da cidade), onde ele discutia... na praça com os que se apresentavam de forma muito semelhante a Sócrates, nesse mesmo lugar, 450 A.C. ouviram falar de Jesus e a ressurreição, mas para seus ouvidos tudo soava como se fosse pregador de deuses estranhos. Eles interpretaram a mensagem de Paulo achando que ele se referia a duas deidades, Jesus e sua esposa. Alguns filósofos nada viram no ensino de Paulo. E o desprezou, o considerando como sendo um tagarela (essa expressão no original grego se refere literalmente à atitude rápida de uma ave bicando sementes; Esta metáfora é usada para pessoas que apenas repetia discursos de filósofos, sem refletir sobre seus significados, ou seja, chamaram o Apóstolo Paulo de papagaio). Outros, todavia, achavam que seu ensino merecia uma investigação mais profunda, e com esse objetivo, levaram para o conselho do areópago (era um local de discussões, de julgamento acerca de questões morais e religiosas; nesses concílios só havia autoridades e grandes pensadores). Então Paulo discursou sobre o Cristo ressuscitado.
            O discurso do Apóstolo Paulo pode ser dividido em três partes:
Tema: AO DEUS DESCONHECIDO
1°. Deus é Senhor do mundo; não precisa de templo nem ritual humano.(22-23)
2°. O homem é a criação de Deus, pois precisam de Deus. (26-27)
3°. Há relacionamento entre Deus e o homem; a idolatria é vã. (28-29)
Conclusão: abandonarem suas ideias ignorantes de Deus e a se arrependam.
Diante do auditório de Paulo havia algumas classes de pessoas que tinha suas próprias conclusões acerca de Deus. E quais eram essas classes de pessoas?
·      1°. Epicureus: os epicureus eram filósofos e seguidores de Epicuro, famoso pensador grego, criador da tese a “ética do prazer”. Um sistema de valores que indicavam o caminho para uma vida de paz e satisfação por meio da busca do bem e da extirpação de certos sentimentos, considerados menores e momentâneos: paixões, dores, invejas, iras, temores.
a.   Os seus adeptos pregavam que o “prazer”, em todas as possibilidades, determina o sentido da vida. Tendiam a um ponto materialístico. Para eles, os deuses não existiam, e que não influenciavam em nada.  O homem vive como senão houvesse um porvir: importa o aqui, o agora, o imediato. Buscam prazer a todo custo. Hedonismo é a palavra-chave para essa linha filosófica.
b.    Eles acreditavam que a morte e é meramente a separação dos átomos que nos compõe. Não anuncia, portanto nem castigos nem recompensas para os homens. Não devemos temer nem a morte e menos ainda, as punições infernais inventadas pela ignorância e pela superstição.
·         2°. Estóicos: Os estoicos eram discípulos de Zeno, outro importante pensador grego, criador da filosofia da “vida natural”, em que a vida deve conforma-se à lógica (razão – logos) da natureza. Ressaltavam a importância da razão no qual os homens deveriam viver. Eram, portanto, panteísta – doutrina segundo a qual Deus é a soma de tudo o que existe na natureza. Um estoico era alguém que procurava por todos os meios elevar-se acima das circunstâncias da vida, acima da paixão humana, a ser “auto-suficiente” – tornar-se ele próprio um rei, ou melhor um deus.
Apologia de Paulo ante os estoicos: Deus é pessoal, e foi à pessoa de Deus quem criou o universo.
·         3°. Religiosos: apesar de toda a sua religiosidade, os atenienses eram, na realidade, completamente supersticiosos, e faltava-lhes o conhecimento do Deus verdadeiro. Paulo tomou por base a inscrição de um altar: AO DEUS DESCONHECIDO. E ele disse que o Deus criador e Senhor claramente não habita num templo feito por mãos humanas. Em contraste com os ídolos feitos pelos homens. Deus não precisa de homens para suprir-lhe alguma coisa; pelo contrário, é ele que é a fonte e origem da vida. A descrição de Deus como origem da respiração é tirada da terminologia de vida. A palavra vida para os gregos estava relacionada ao Zeus; mas Paulo certamente falou indiretamente “não é Zeus, mas, sim, Javé que é fonte da vida”. Antes de o Cristianismo chegar até a humanidade, todos viviam em ignorância. Agora, porém, a proclamação da mensagem cristã traz ao fim esta ignorância. No que diz respeito àqueles que ouvem o evangelho; já não têm desculpa pela sua ignorância.
·         4°. Embaraçados: Lucas conta que os próprios atenienses bem como os visitantes à cidade eram movidos por mera curiosidade para ouvir novidades, e que nada de melhor tinham para fazer senão a excitação intelectual. Lucas dá entender que não se preocupavam muito com a veracidade daquilo que ouviam.

Conclusão:
·         5°. Os que creram: quando Paulo falou sobre o arrependimento (que implica pecado) e julgamento (que implica responsabilidade moral) e a ressurreição e volta de Jesus (fatos que são contrarias as ideias gregas sobre a morte e imortalidade), Paulo perdeu quase todo o seu auditório. Alguns zombaram, outros adiaram a decisão, e só pequeno grupo reagiu positivamente ao evangelho, dentre os quais Dionísio e Dâmaris.

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