segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Contextualização dos dias do profeta Amós para os nossos dias.


Introdução

 Injustiça social não tem época. Parece onipresente e atemporal. Ao ler o livro de Amós, temos a sensação de ter sido escrito em nossa geração. Este documento que faz parte das Escrituras dos judeus e dos cristãos é um grito de protesto contra a injustiça, opressão e indiferença. Amós foi um homem corajoso. Denunciou os abusos sociais dos homens poderosos de sua época. Não se intimidou com os perigos de se levantar contra reis e sacerdotes. Protestou contra a diferença polar na distribuição de riqueza. Censurou a hipocrisia e a prática religiosa destituída de amor, misericórdia e justiça. Assim, seus vaticínios são usados por profetas, poetas e socialistas de todos os tempos, mesmo pelos que nunca conheceram seus escritos, mas que repetem suas idéias essenciais. E é justamente nesse livro que vou fazer umas breves colocações para os nossos dias.


LIVRO DO PROFETA AMÓS
O profeta inicia as suas profecias com críticas às nações pagãs. Damasco (1. 3-5); gaza (1.6-8); Tiro (1.9,10); Edom (1.11,12); Amom (1.13-15) e Moabe (2.1-3). Até este momento, Amós talvez estivesse sendo elogiado por Israel. Pois ele está trazendo uma mensagem dura para os inimigos e opressores do povo de Deus. Mas de repente, o profeta acrescenta ameaças a Judá e a Israel, em seu pesado discurso (2.4-6), e a partir daí ele só se ocupará deste grupo.
A mensagem de Amós é de justiça social. Aquele tipo de mensagem que ninguém quer mais ouvir nas igrejas atuais. É que em nossos dias as pregações e eventos que muitos desejam ver e ouvir, são de cunho egocêntrico. para muitos já não importa se na igreja local existem necessitados ou não, nem o que se faz antes de chegar até a igreja, se magoou alguém em casa, ou fora dela. Já não importa se brigou com amigos ou vizinhos. Para este tipo de crente, ele pensa que Deus não se importa com o que ele faz, ou com o que ele diz, o que ele quer, é ir à igreja, e Deus tem que falar para ele palavras de prosperidade. Diante disso, questiono onde estão os Amós de nossos dias, que denunciam as desigualdades sociais, os abusos sobre o próximo? Onde estão os pregadores da justiça social e de uma vida sincera diante de Deus, e do próximo? O profeta Amós enfatizou o declínio moral e social do povo de Deus. Eles tornaram-se insensíveis uns para com os outros. Além disso, a prostituição era uma prática de velhos e jovens, com as prostitutas dos templos (Am 2.7); proibiram aos profetas de Deus de revelarem as suas profecias (Am 2.12). Por causa disso e de outras coisas mais, ninguém escaparia da ira de Deus.
Do capítulo 3 à 6 fica bem claro com quem ele está proferindo suas revelações divinas, e o quanto Deus está insatisfeito com aqueles que ele havia tirado da terra do Egito. Israel havia pecado contra o Senhor, e como consequência, eles deveriam ser castigados. Amós tem com ele uma dura mensagem. E ele faz questão de ser ouvido, pois o que a ele fora revelado é divino e urgente. Todo efeito tem causa. Seu aparecimento em Israel, também tinha a sua causa. As ilustrações apresentadas por ele são quase todas tiradas do deserto e da agricultura. “andarão dois juntos? Bramará o leão? Cairá a ave? tocar-se-á a trombeta?” (Am 3.3-6); por meio de tantas interrogações, Amós chega a o verdadeiro ponto onde queria chegar: “falou o Senhor Jeová, quem não profetizará? O ponto chave da seção é este, seu aparecimento em Israel tinha a sua causa. Deus havia falado a sua alma, agora ele é um profeta, e não pode deixar de falar. Ele não escolheu ser profeta, ele foi escolhido. De volta agora, pra a mensagem do recém ordenado profeta, vejamos um dos motivos porque Deus havia lhe chamado. As injustiças sociais se avolumaram; a arrogância do economicamente poderoso; como também o oprimido e o menos favorecido, estavam sendo vistos por Deus. Enquanto o povo de sua época ocupava-se com problemas litúrgicos assim como algumas igrejas de hoje. Deus estava olhando para os problemas sociais, para um pecado que muitos não veem: a exploração e opressão ao pobre. É que a falsa religiosidade que desassociava o culto das suas relações com os outros, é repudiada  por Deus. Deus se interessa tanto por cânticos, como por relacionamentos sadios e corretos. Dizer isto para eles trouxe problemas para Amós (Am 5.10). que bom seria se todos os pregadores fossem como Amós, ele não era do tipo que massageava ego de ninguém. Talvez por isso ele seja tão pouco mencionado nos púlpitos de hoje. É que alguns não vale apenas pregar como este profeta corre-se o risco de desagradar algumas pessoas, que tenha o dízimo volumoso, mesmo que estes vivam em pecado. A pregação de Amós é de juízo, por causa da idolatria e de outros pecados. O profeta mostra que Israel havia entronizado a violência, como extorsão, e o abuso aos pobres como um meio de vida. Ao mesmo tempo em negava que o dia do juízo estava chegando. Mas os primeiros a irem a cativeiro seriam eles; não haveria escapatória. Deus iria levantar a Assíria contra eles.
Nos capítulo 7 ao 9 podemos observar cinco visões de destruição. Após as duas primeiras, a do gafanhoto e a do fogo, o profeta Amós pede a Deus que perdoe o seu povo, em consequência de sua intercessão, Deus aceita o seu pedido. Algumas pessoas em nossos dias intitulam-se profetas do Senhor e proclamam ter a voz profética, acreditando que por fazer denúncias ou acusações a alguém, possuem este ministério de profetizar. Amós mostra que um profeta é também um intercessor. Os ditos profetas da atualidade, muito têm o que aprender com o verdadeiro profeta Amós. Que não era apenas um acusador, era também um intercessor do povo. Mas os pecados das pessoas eram terríveis de mais. Também nestes capítulos está registrado um bate-boca entre Amós e o sacerdote Amazias. Aqui o profeta de Deus e a religião oficial, vão bater de frente. Tudo isso por causa da terceira visão. Amazias distorce a profecia de Amós, além disso, ele despreza o ofício profético de Amós. Tendo Amazias terminado as suas acusações contra o profeta Amós, chega a vez de o profeta passar a responder ao sacerdote, o profeta falava com autoridade de Deus, e não poderia admitir que tentassem silenciá-lo. Ele originalmente não era um profeta, nem um dos chamados filhos de profeta. Seu ofício real era o de boieiro e de colhedor de sicômoros. Mas a Amós não estava a profetizar apenas por profissão em Israel. Ele tinha recebido um ordenado de Deus. Ele sabia que Deus, o soberano, o puniria se sua mensagem não fosse real, e jamais correria o risco defraudar o mandamento de não tomar o santo nome de Deus em vão. Ele também não queria correr o risco de ser morto, por proferir falsas profecias. É sempre bom lembrar que tudo o que dissermos, daremos conta de cada palavra diante de Deus.
Em Amós aprendemos a ser bem prudentes em nossas atitudes. Pois existe um salvador no céu, que além de ver tudo o que fazemos, ele irá nos julgar segundo as nossas obras.


Conclusão
Diante de tudo o que podemos observar nas profecias deste exemplar profeta. Aprendemos que os vocacionados pelo Senhor não necessariamente necessitam de credenciais formais ou qualificações, para serem bem sucedidos em cumprir seus propósitos. E mesmo quando a religiosidade foi maior que o Deus da religião de Israel, o profeta mostrou que o Senhor conhece todos os nossos passos, e não deixará impune nenhum pecado cometido contra os menos favorecidos. Pois o Senhor é justo e sempre está disposto a galardoar os que são de coração puro e reto.

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